Como vai funcionar o aplicativo SPTáxi
Após ano parado o aplicativo SPTáxi, entra em uma nova faze, a empresa Taksim que ganhou a concorrência, se coloca à disposição para operar com contrato junto a Secretaria de Mobilidade e Transportes Urbano, por 60 meses (5 anos) e controle do faturamento total do taxista, inclusive o atendimento no ponto e na rua, com “desacoplador”, BLUETOOTH, (ou outra conexão semelhante, com cobrança de 10,97 por corrida).
Devido à interferência política e mau funcionamento o aplicativo perdeu mercado, entre os taxistas e passageiros. A Taksim precisa fazer investimentos para resgatar a confiança do serviço. Não basta o taxista baixar se não tiver o passageiro na outra ponta usando o serviço.
O controle de todo o faturamento do taxista por parte da empresa e prefeitura, não é aceito pela categoria. Circula nos grupos, comentários contra a iniciativa. “A mesma só deve ter taxa de serviço, do atendimento via aplicativo e não de todas as corridas nos pontos e rua e controle de nosso faturamento, questionam os taxistas”, nos grupos. Outro vídeo, do responsável da empresa, circula, informando que a cobrança está prevista no contrato e que 40% do atendimento do taxista ao passageiro é dos pontos e ruas, informou.
Ninguém é obrigado aderir ao sistema no momento, talvez esperar, seja a melhor opção. Com o controle do faturamento, isso pode acarretar prejuízo aos taxistas no futuro. Líderes da categoria na tentativa de se aproveitar da situação para propagarem seus nomes neste período eleitoral, são favoráveis, sem analisar as consequências no futuro.
No contrato com a empresa Taksim e Secretaria dos Transportes, exigem melhoria do serviço para ambas as partes, taxista e passageiro.
Controle do faturamento
A redação da Folha do Motorista procurou o responsável da empresa, Senhor Carlos para explicar como será o controle do faturamento do taxista. A entrevista aconteceu dia 07/07/22, no estande da empresa instalado no pátio do DTP. Além do Carlos, estava presente o Senhor Pedro engenheiro, idealizador do sistema bilhete único da cidade de São Paulo.
“O sistema dará amostragem do faturamento somente ao taxista para o seu controle e não será divulgado. Quanto ao futuro, não posso afirmar. Ele também não é obrigado aderir, não é obrigatório, fica a critério de cada um. O que estamos fazendo e facilitando o serviço para o taxista e passageiro? As informações operacionais para ambas são bem simples”, informou Carlos.
“ Ele vai receber do passageiro o valor marcado no taxímetro via aplicativo, exceto se oferecer desconto. Pagamento no cartão de débito ou crédito, ou via celular, o valor, será repassado para a sua conta. A Taksim , desconta os 10.97% e faz o repasse do saldo. Mesmo que a empresa leve alguns dias para receber essa corrida, repassamos o valor”, informou Carlos.
Não há controle sem BLUETOOTH e desacoplador.
“Com relação ao controle do faturamento do taxista, não existe, como o aplicativo se comunicarem com os taxímetros, ou vice e versa, sem o sistema BLUETOOTH e desacoplador. É uma exigência da prefeitura, diante várias reuniões. O controle do faturamento fica para o taxista. O que pode acontecer no futuro, por decisão política, só o tempo vai dizer. O taxista é autônomo, nem tudo que fatura e lucro, o combustível leva uma boa parte”.
Dois mil taxistas vão distribuir Voucher ao passageiro
“Como incentivo ao passageiro, a previsão da empresa é dois mil taxistas, que vão receber um Voucher. Assim que o serviço for liberado ao passageiro, que deva ocorrer em setembro. No final da corrida, ele vai oferecer ao passageiro, quando usar o táxi fará o pagamento com o Voucher e a Taksim paga ao taxista. Os dois mil taxistas cadastrados, vão ter acesso a esse Voucher, é uma forma de conquistar o passageiro para usar o SPTaxi”, informou Carlos.
“A promoção do Voucher terá duração de 30 dias. Já temos 190 taxistas cadastrados, o objetivo é atingir em primeiro momento os dois mil. No momento ele vai, receber as instruções do desacoplador, se houver interesse, vai a uma oficina de taxímetro instalar. A Taksim é quem vai arcar com essa despesa na oficina”.
Foi tudo para o lixo
Com relação ao aplicativo SPTaxi, que há anos vêm se usando para fazer política no meio dos taxistas, segundo Carlos nada se aproveitou. “No sistema anterior, detectamos mais de 400 problemas, que estava no código, sem a mínima condição de funcionamento. Jogamos tudo fora, e adaptamos um novo sistema, só aproveitamos o nome, até o logotipo foi mudado, por exigência da prefeitura”, citou.
Empresa já investiu R$ 25 milhões
“Como acreditamos no programa, diante ao número de taxista cadastrado na cidade de São Paulo e a necessidade de uma ferramenta eletrônica que funcione. Nossa empresa investiu 25 milhões no projeto. A taxa de 10,97% será retirada das corridas do aplicativo, ao contrário do que se comentam entre os grupos”, orientou.
Pagamento cartão de crédito, celular e QR Code
“ Para abrir o serviço ao passageiro, precisamos de uma certa quantia de taxista cadastrado. A disponibilidade estar previsto para o mês de setembro. Até lá, estamos, colhendo informação do taxista e fazendo os ajustes e cadastrando. Quando passageiro tiver o acesso, não terá dificuldade de comunicação com o taxista, pagamento da corrida, pelo celular, cartão de crédito, ou em QR Code, que vai estar disponível em todos os táxis”, informou Carlos.
Equipe especializada sobre o assunto.
“ Nossa equipe é composta de doze engenheiros, com longa experiência em tecnologia, sempre buscando um bom funcionamento na tecnologia. Temos em nossa equipe o engenheiro Pedro, que desenvolveu o bilhete único para o sistema de transporte coletivo na cidade de São Paulo. No Rio de Janeiro, desenvolvemos em várias áreas ligado ao setor público de transporte, inclusive o BRT”, orientou.
Investimento que não existiu
O vereador que se apresenta aos taxistas usando um luminoso chegou gravar vídeo informando, que a prefeitura investiu R$ 5.000.000,00 na melhoria do aplicativo e R$ 100.000,00 por mês com manutenção. Melhoria esta não vista pelos taxistas. Se isso aconteceu a prefeitura jogou muito dinheiro fora. Como citou Carlos do sistema anterior nada foi aproveitado, só o nome.
Com certeza a prefeitura não investiu um centavo. Qualquer investimento da Prefeitura, só aprovado na LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, realizada anualmente e aprovada pelos vereadores, o que não ocorreu. Isso demonstra o quanto o vereador tem usado essa categoria com suas falsas informações.
O risco sobre o controle do faturamento
“Como os taxistas se comunicam rápido através dos grupos. Circula uma pesquisa com 1.860 taxistas, com a pergunta sim ou não ao desacoplador. Meia dúzia é favorável, principalmente aqueles que se colocam como líder da categoria em busca de propagarem seus nomes neste período eleitoral”.
“Na entrevista com o Senhor Carlos da Taksim, apresentou todo o sistema de funcionamento. O que não concordo é o controle do faturamento do taxista. Mesmo sendo autônomo, no futuro pode ocasionar prejuízo à categoria. Como é um sistema ligado ao taxímetro, precisa ser autorizado pelo INMETRO, acredito que não vai ser tão fácil a empresa e os fabricantes de taxímetros conseguirem essa autorização”.
“Como a empresa terá o controle do faturamento do taxista em 100%. Se a Receita federal e prefeitura exigir informações da empresa, é obrigado a fornecer e taxar imposto em uma categoria tão sofrida e usado por político. O taxista e sindicalista deve analisar bem as consequências no futuro”, questionou Salomão.
“Eu sou contra o controle do faturamento. Nenhuma empresa, repassa o seu faturamento 100% , para a prefeitura, Receita Federal, estadual. Não é os taxistas que vão ser usados. A empresa tem que mudar a regra. Para quem conhece a tecnologia tudo é possível.”, informou Salomão Editor da Folha do Motorista e ex-vereador.
